sexta-feira, 27 de julho de 2012

Dê um pulinho na sua infância. Mas volte logo, ta?

Eu me lembro que a gente não precisava de muito para ser feliz. Eu não tinha um quarto de brinquedos, mas uma rua inteira pra explorar e me divertir. As brincadeiras aconteciam uma atrás da outra, sem hora pra acabar. Minto. Acabavam quando a mãe saía na porta e chamava a gente pra tomar banho e jantar. Eu não tinha dvds. Os filmes eram as histórias que meu pai contava e que se multiplicavam na minha cabeça. Eu não tinha festa de aniversário em buffet, com animadores, mágicos ou o quer que hoje a gente vê nas festinhas de todo fim de semana. As minhas festas eram em casa, com brigadeiros enrolados pela vó, bolo caseiro e mesa enfeitada pelos brinquedos que eram os meus preferidos dos anos. Eu não tinha um quarto temático. Me lembro que ele era da cor que os anos tinham. Já foi rosa, amarelo, lilas e depois a cor que dava da mistura de livros, roupas e afeto. Nas minhas férias eu não tinha nenhuma colônia pra ir. Brincava cada dia na casa de um amiguinha, brincava na rua, inventava com o que me divertir. Eu não tinha nenhuma fantasia de princesa. Mas fantasiava muitas delas na minha cabeça. E misturava uma saia rosa, uma blusinha colorida e pronto: virava uma. Eu não tinha cama com grades, eu não tinha musicais da moda pra ir, eu não tinha carrinho guarda-chuva. Mas tinha zoológico, tinha a pracinha, tinha amigos na rua, tinha espaço pra correr, tinha brigadeiro feito em casa, tinha imaginação. Como diz um amigo meu no blog dele, a gente não precisa ir muito longe pra ser feliz. E hoje, toda vez que eu penso que a festa precisa ser em buffet, que eu fico na dúvida entre comer o brigadeiro de pistache ou o de avelã, que eu sinto falta do quarto de brinquedos pros meus filhos se divertirem( e para guardar toda a tralha), eu dou um pulinho la na minha infância. E tudo fica mais simples, mais quentinho e mais feliz.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

quarta-feira, 18 de julho de 2012

sobre a gravidez

A gravidez é mesmo um momento mágico. É um dos únicos momentos da vida em que você deixa de olhar para o próprio umbigo.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Na hora de dormir

"Mamãe, eu não tô cansado. Por isso eu vou dormir de olhos abertos." Ah é? Então ta, filho. Você é o único filho do mundo que consegue dormir de olhos abertos. "É, sou. Mas pra isso eu preciso de carinho. Eu aceito carinho, viu mamãe?"

terça-feira, 3 de julho de 2012

Precisando de uma empregada? Vá na igreja.

Apelei pra Deus. E confesso que, quando entrei ali naquela igreja, tive vontade antes de dar uma sentadinha no banco e rezar. Pra Deus me iluminar, pra eu encontrar uma pessoa boa, pra ter sorte com a próxima empregada que entrasse na minha casa. Bom, começamos do começo. Tem uns 6 meses que estou insatisfeita com a minha funcionária. Ela arruma ok, passa ok, bufa sempre e tem uma comida bipolar: vai do péssimo para o maravilhoso na mesma semana. Já quis demitir ela no primeiro mês, depois voltei atrás e agora tomei coragem pra procurar, de uma vez por todas, outra pessoa. E essa busca já teve de tudo: indicação de amiga, de amiga da amiga, de babá, de agência e agora ajuda da igreja. Parece estranho (e no fundo é), mas dá certo. Como funciona isso? Você chega na igreja, entra no confessionário, conta tudo pro padre e ele te indica a empregada ideal para levar pra casa e pagar todos os seus pecados. Caaaaaaaaalma,não é assim. Mas poderia, já pensou? A coisa é um pouco menos bizarra. Você entra numa sala lotada de pretendentes, diz em alto e bom som tudo que você precisa que a sua funcionária tenha e, as que interessarem, levantam a mão. Daí você vai pra uma outra sala com a pretendente, faz a sua entrevista, pega as referências, recomendações, ajoelha, reza e, se tudo der certo e se Deus quiser, sai de la com uma funcionária novinha em folha. Tem de tudo la. Gente bonita, gente feia, gente que sabe fazer tudo e quer rios de dinheiro, gente que faz pouco e quer um mar de dinheiro, gente bem simples, bem humilde e gente entrevistando a patroa. Isso mesmo. "Quantas pessoas tem na sua casa? Que horas eu saio? Eu não gosto disso e nem daquilo". Edenice, Creuza, Antonia, Astrogilda, Geni, Elzi, Nelma. Enfim. Entrevistei 7 pretendentes e acho, ACHO, que consegui alguém. Se não der certo, o próximo passo vai ser apelar para um milagre. Se alguém também quiser passar por essa experiência, recomendo: Igreja Clodomiro Amazonas, 50. Toda terça, das 9 às 11 (eles fecham em julho e voltam em agosto)