Ontem você veio todo feliz nos mostrar a sua letra cursiva.
Sua mãozinha pequena desenhava seu nome sem nem respirar.
E depois do tracinho no t você subiu o olhar procurando a nossa
aprovação.
Elogiamos você, mas mostramos que o h poderia ser melhor, como achamos
que deveria ser.
Mas você não gostou e chorou à beça, sabe?
A gente se olhou e, no silêncio, nos perguntamos se deveria ter sido
diferente.
Será que nesse começo devemos sorrir e dizer que está lindo?
Mas e depois?
A gente não encontra só sorrisos pelo caminho, filho.
Deveria ser assim, concordo. Mas a estrada é feita de carinhas nem
sempre tão legais. Não é bom você saber desde já?
Não sabemos.
Educar não é uma cartilha pronta dentro da gente.
Estamos aprendendo com você.
Acredite, é tão difícil...
Pra você também é, sabemos. Depois de chorar e chorar,
você nos pediu pra ficar sozinho.
Obedecemos.
Mas a mamãe foi dar uma espiadinha e você estava lá, treinando h.
Tão maduro, o meu menino.
Chegamos mais pertinho e você veio com uma alegria desconfiada nos
mostrar a sua evolução.
E a gente comemorou.
Você sorriu com os olhos e nos mostrou que ficou tudo bem.
É isso, filho. Enquanto você aprende sua letra cursiva, a gente aprende
a ler você.
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