De repente, acordei 16.
Sonolenta com minhas dúvidas e decisões.
Cheia dessas faíscas que atropelam os dias fazendo arder as vontades.
Algumas linhas ainda estavam em branco. Não tinham sido preenchidas
pelas expressões que acolhem os sentimentos.
Cheia de um sorriso solto que começava no olhar. Percebe?
Uma baladinha gostosa acontecia dentro de mim.
Peguei a mochila e me propus a viver.
Os ponteiros corriam juntos, saltando os segundos.
E o coração em disparada.
Bom demais essa batida forte bem no ladinho do pescoço.
Atravessei a rua pulando de branquinho em branquinho e me imaginei numa
música sem sustenidos, nem susto.
Me enchi dessa irresponsabilidade livre e me joguei como quem não se
importasse com o depois.
Nada de um dia de cada vez.
Queria viver todos eles juntos, fazendo um buquê com as horas.
Queria esse olhar de turista, colecionando sentimentos.
Decidi.
Vou acordar todos esses anos dentro de mim.
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