Sabe quando você tem dificuldade de encaixar uma peça no quebra cabeça
que já montou 1000 vezes? Foi assim que
eu me senti quando ouvi a expressão “Design Thinking” pela primeira vez.
Enruguei a testa (como sempre faço em situações assim) e afastei a cadeira.
“Peraí, deixa eu tentar entender o que é isso?”
Hum, não é só uma expressão. Hum, tem livros ensinando sobre isso? Hum,
tem escolas ensinando a pensar o Thinking? Hum, tem gente dando workshop sobre
isso.”
Mas que porra é essa? Foi a minha pergunta, com todo o respeito do mundo
apesar do porra, pra um dos entendidos do assunto.
E ele me explicou. E, na hora, me emocionou.
Mas sabe...
Respeito todos os novos nomes, as novas técnicas, os novos pensamentos.
Acho mesmo que o design thinking é uma boa ferramenta para solução de problemas
( na verdade e na humildade ainda estou tentando entender o que é). Mas tem uma
coisa que me incomoda e muito: essa supervalorização de termos que, na minha
cabeça pensante, só dificulta qualquer coisa.
E, antes que eu seja execrada pelos amantes do design thinking, do
storytelling, do out of the box e de qualquer outra palavra da moda, quero
dizer que o texto não é para ser um tratado sobre o design thinking or
whatever, como eles dizem lá. É para falar sobre essa nossa eterna mania de dar
nome e rótulos a coisas que fazemos no dia a dia, espontaneamente.
Tenho um sério problema com rótulos. Porque acho que, quando a gente
rotula o que quer que seja, o que quer que seja vira verdade.
Não é porque estou triste que tenho depressão, que estou com dificuldade
de me concentrar que tenho DDA ou que o brainstorm durou mais porque não sei
qual a melhor técnica para aproveitar melhor o meu tempo. Pode até ser tudo
isso também.
Mas não é regra.
As coisas não precisam ter nome para acontecerem de um jeito diferente.
E não é porque um nome lhes foi dado que elas passam, magicamente, a
acontecer.
Novas técnicas ajudam, obvio.
Novos formatos podem facilitar, com toda certeza.
Mas isso não quer dizer que a melhor maneira não acontecia antes, sem
que a gente nem se preocupasse com isso.
Ideias pipocam por ai o tempo todo.
Mas a gente sabe o quanto é realmente difícil uma boa, mas boa ideia
mesmo aparecer.
Mas quando ela surge, você sabe, sente, imagina, vislumbra o seu
potencial.
Você dorme e quando acorda, ela continua lá, com um luminoso gritando:
pode apostar em mim que eu sou boa!
Não é?
E isso, meu amigo, pode acontecer independente do nome da vez, da
técnica que usou pra se chegar lá ou da embalagem que veio.
A boa ideia pode vir até dentro de uma caixa fechada.
E quando ela acontece, traz junto o storytelling, o design thinking, o
know how e o que mais inventarem por ai.
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