segunda-feira, 17 de setembro de 2012

melhor que imaginar é viver

Sabe, filho. Antes de você nascer, antes mesmo deu engravidar de você, imaginei milhões de coisas. Primeiro imaginei você menina cheio de cachinhos e lacinhos e vestidinhos modernos correndo pela casa. Depois, quando o ultrassom mostrou a tartaruguinha bem no meio das suas perninhas, imaginei você já grande, correndo pela casa. Imaginei as músicas que hoje eu canto pra você, imaginei você grudado em mim, fazendo tudo comigo, me chamando o tempo inteiro. Imaginei os cachinhos que depois se formaram na sua cabeça, imaginei o tom da sua voz e até a nossa forte amizade. Quanta criatividade, filho. E nessa ansiedade toda, não imaginei suas birras, não imaginei o seu gênio forte e nem a sua total dependência pelo seu pai. Não imaginei a minha falta de paciência, o meu nervoso, a minha culpa por sair da linha quando o que eu mais queria era soltar pipa bem de leve com você. Eu não imaginei o “mamãe não, só o papai”, eu não imaginei as noites sem dormir e nem os dias de 48 horas que você milagrosamente fabrica, principalmente quando é fim-de-semana. Quanta imagem, filho. Imagem em ação, imaginação. Eu também não imaginava aprender tanto com você.

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