segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Mais tempo, por favor?

Abre o olho. Pula da cama. Atende o menino que chora no berço. Troca a fralda. Tira o outro da cama. Bom dia. Faz tetê. Faz leite com toddy. Dá os remédios. Faz o café. Coloca a mesa. Lê o jornal. Se atualiza nas redes sociais. Liga pro açougue.Toma banho. Troca de roupa.Corretivo, rímel. Beijinho em um, beijinho no outro. Dirige até o trabalho. Liga para pedir o remédio. Liga para falar sobre o final de semana. Lê os e-mails. Faz reunião. Liga para saber como está. Manda e-mails. Escreve, escreve,escreve. Sai pro almoço. Leva na escola. Engole. Sai para o outro trabalho. Liga do caminho para fazer um orçamento. Responde e-mails. Reunião. Orçamentos. Redes sociais. Passa batom. Faz a feira. Pede frios.Escreve, escreve.Manda mensagem pra lembrar do cheque. Paga contas. Emite notas. Pega trânsito. Brinca. Dá banho. Toma banho. Ajuda com a lição. Escreve na agenda. Faz o cardápio do dia seguinte. beijinho em um, beijinho em outro. Choro. Respira. História. Tetê. Respira.Fecha o olho. Lembra.Insônia. Desmaia.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A babá da babá

Seus filhos nascem e você contrata uma babá para ajudar você a cuidar dele, para acordar cedo nos dias em que ele madruga, para lavar as roupinhas, arrumar o quarto, brincar quando você só está afim de vegetar, dar banho, dar comida (na minha opinião a parte mais chata do dia), ficar com ele enquanto você trabalha... A babá também é A SAÍDA para as suas saidinhas noturnas. Principalmente se você, como eu, não tem parentes morando na sua cidade. Daí um dia, depois de muito tempo, você acha a babá quase perfeita. Ela cuida bem dos seus filhos, você confia nela, ela é bacana com vocês, topa trabalhar aos sábados, é limpinha e coisa e tal. E, com medo de perder essa figura essencial, você começa a dar mimos. Um perfuminho aqui, um chocolatinho acolá, um creminho, uma calça e 1 ano de academia grátis! Academia???? Mas o que???? A sua babá faz academia e você não? A sua babá sai todas as noites para malhar e você acaba ficando em casa para cuidar do seu filho? Peraí. Vamos voltar la pro começo. Pra que é que você contratou uma babá mesmo? Ok que eu tenho prioridade nas noites. Se eu saio, ela fica. Mas adivinhem o que acabou acontecendo? A senhora das culpas resolveu ficar se sentindo culpada toda vez que vai tomar um drink e deixa a babá em casa. Mas culpada pelo filho que ficou la??? Nãaaaaaao. Culpada por preferir o drink a malhação??? Claaaaaro que não. Culpada por ter atrapalhado a academia da fofa. Pode isso? Na minha cabeça louca é claro que pode, gente. Com isso tenho montado um quebra-cabeça toda vez que decido sair. Ou libero ela antes pra fazer a tal da academia, ou peço pro marido chegar mais cedo, ou só saio uma vez por semana ou engulo o drink junto com a culpa mesmo. E assim a vida segue ha 5 meses. Falta muito para completar os 12? Virei babá da minha babá. Era só o que faltava.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

@annacomfamosos

No dia atrás de ontem, como diria meu filho Theo, eu voltei a ter 13 anos. E como foi bom voltar a ser adolescente. Fui em uma festa em plena segunda-feira (não eu não fazia isso quando era adolescente), mas agora que eu posso ser adolescente, mesmo sendo adulta, eu posso. E fui. E foi maravilhosa. Não é que tenha sido a melhor festa da minha vida. Não foi. Mas a Anna Karina que estava la era, com certeza, uma das minhas melhores versões. Sabe quando dá tudo certo? A maquiagem fluiu, a roupa coube direitinho, o sapato improvisado foi o perfeito, as companhias não poderiam ter sido melhores, a bateria do celular durou até o fim e o humor me acompanhou no seu melhor estilo. Tirei todas as amarras e aproveitei tudo, sem nenhum filtro. A vergonha de tirar fotos com famosos ficou do lado de fora, o medo de errar a música no show ganhou a sua coragem e la estava eu, cantando com a Preta Gil, abraçando transeuntes, tirando fotos com semi-famosos e me divertindo a valer. Não teve Latino, Ceará, Sérgio Marone ou Gabriel, o pensador, que me fizesse me esconder atrás do celular. Pelo contrário, posei ,fiz caras e bocas e até a direção das fotos com todos eles. “Não, minha querida, a sua foto não ficou boa. Tira de novo fazendo carão?” “Ei, ele está agora tirando foto com a Anna Karina, conhece? Então muito prazer. O Gustavo Lima que espere.” “Ah, gostou do meu vestido? Muito obrigada. O seu também é lindo.” E postei todas elas no meu instagram, veja você. Sem nenhum medo de ser feliz. Vergonha? Por que? Aposto que muita gente deu boas risadas com elas. Críticas? Ah, muita gente deve ter pensado: “xiii, la vem a Anna com esse amor enrustido pelos famosos.” Sim, eu gosto de famosos, nunca neguei. Mas na segunda-feira, a minha alegria teve uma importância bem maior que todos eles. (alias, qual a importância que eles têm mesmo?) Tive meus 13 anos de volta. E, olha que maravilha, não tinha hora pra voltar pra casa e nem um pai e uma mãe me esperando na sala. Cheguei bonitinha e ainda ganhei um beijo de boa noite do meu príncipe encantado.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Quanto peso você carrega na sua gravidez?

Esses dias uma amiga grávida de primeira barriga me perguntou, desesperada, o que ela precisava comprar ou não pro seu bebê. “Nossa, é tanta coisa, tanta lista que estou perdida. Não consigo decidir nada, não vou conseguir comprar tudo.” Minha primeira reação foi escrever um e-mail com tudo que eu achava que, necessariamente, ela ia usar. Mas fiz diferente. Antes de ser mais uma a sair falando o que comprar ou não, resolvi acalmá-la e falei uma coisa que fez todo sentido pra mim, mas que quando fui também mãe de primeira barriga, não pensei: “Você não precisa sair comprando tudo que as milhões de listas mandam. Primeiro porque nem tudo que está lá você realmente precisa. E segundo porque você pode comprar depois que o seu bebê nascer, na medida em que for precisando.” Não parece óbvio isso? Porque é que a gente tem que comprar TUDO correndoesbaforidadesesperada antes do bebê nascer? Existe vida depois que o bebê nasce, minha querida. E uma vida bem agitada, diga-se de passagem. E não é porque você teve um filho que nunca mais vai poder sair de casa para comprar uma meia. Concorda? Me lembro de comprar, grávida de 5 meses, uma panela de ágata para fazer as papinhas do meu filho. Mas escuta? Eu estava com 5 meses de gravidez e meu filho só foi comer papinha com 7 meses de vida. Por que então eu tinha essa necessidade de sair correndo procurando de loja em loja a tal panela de ágata? Porque as listas diziam que eu tinha que ter a panela. E a ansiedade em torno desse universo nos obrigada a entrar na maternidade com a vida do seu filho planejada pelo menos até 1 ano de idade. Ufa. Então, querida barriga, não se desespere, não se martirize, não se sobrecarregue com esse monte de TEM QUE da sua gravidez. Se eu pudesse te dar um conselho nesse período, seria: carregue apenas a sua barriga durantes esses 9 meses.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

melhor que imaginar é viver

Sabe, filho. Antes de você nascer, antes mesmo deu engravidar de você, imaginei milhões de coisas. Primeiro imaginei você menina cheio de cachinhos e lacinhos e vestidinhos modernos correndo pela casa. Depois, quando o ultrassom mostrou a tartaruguinha bem no meio das suas perninhas, imaginei você já grande, correndo pela casa. Imaginei as músicas que hoje eu canto pra você, imaginei você grudado em mim, fazendo tudo comigo, me chamando o tempo inteiro. Imaginei os cachinhos que depois se formaram na sua cabeça, imaginei o tom da sua voz e até a nossa forte amizade. Quanta criatividade, filho. E nessa ansiedade toda, não imaginei suas birras, não imaginei o seu gênio forte e nem a sua total dependência pelo seu pai. Não imaginei a minha falta de paciência, o meu nervoso, a minha culpa por sair da linha quando o que eu mais queria era soltar pipa bem de leve com você. Eu não imaginei o “mamãe não, só o papai”, eu não imaginei as noites sem dormir e nem os dias de 48 horas que você milagrosamente fabrica, principalmente quando é fim-de-semana. Quanta imagem, filho. Imagem em ação, imaginação. Eu também não imaginava aprender tanto com você.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Ah a poesia infantil...

"Papai, atrás de hoje, eu tavo no Porto Alegre, ne?" Sim, filho. O passado das coisas está sempre atrás mesmo. E a vida seguiu na poesia dos seus desenhos....

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Antes

Theo falando ontem sobre o aniversário do amiguinho. "ontem teve a festinha do Guga na escola, mamãe." "ah é, filho? e como foi?" " foi legal. o Guga chegou antes. Claro ne, ué. Ele é o aniversariantes."

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Dê um pulinho na sua infância. Mas volte logo, ta?

Eu me lembro que a gente não precisava de muito para ser feliz. Eu não tinha um quarto de brinquedos, mas uma rua inteira pra explorar e me divertir. As brincadeiras aconteciam uma atrás da outra, sem hora pra acabar. Minto. Acabavam quando a mãe saía na porta e chamava a gente pra tomar banho e jantar. Eu não tinha dvds. Os filmes eram as histórias que meu pai contava e que se multiplicavam na minha cabeça. Eu não tinha festa de aniversário em buffet, com animadores, mágicos ou o quer que hoje a gente vê nas festinhas de todo fim de semana. As minhas festas eram em casa, com brigadeiros enrolados pela vó, bolo caseiro e mesa enfeitada pelos brinquedos que eram os meus preferidos dos anos. Eu não tinha um quarto temático. Me lembro que ele era da cor que os anos tinham. Já foi rosa, amarelo, lilas e depois a cor que dava da mistura de livros, roupas e afeto. Nas minhas férias eu não tinha nenhuma colônia pra ir. Brincava cada dia na casa de um amiguinha, brincava na rua, inventava com o que me divertir. Eu não tinha nenhuma fantasia de princesa. Mas fantasiava muitas delas na minha cabeça. E misturava uma saia rosa, uma blusinha colorida e pronto: virava uma. Eu não tinha cama com grades, eu não tinha musicais da moda pra ir, eu não tinha carrinho guarda-chuva. Mas tinha zoológico, tinha a pracinha, tinha amigos na rua, tinha espaço pra correr, tinha brigadeiro feito em casa, tinha imaginação. Como diz um amigo meu no blog dele, a gente não precisa ir muito longe pra ser feliz. E hoje, toda vez que eu penso que a festa precisa ser em buffet, que eu fico na dúvida entre comer o brigadeiro de pistache ou o de avelã, que eu sinto falta do quarto de brinquedos pros meus filhos se divertirem( e para guardar toda a tralha), eu dou um pulinho la na minha infância. E tudo fica mais simples, mais quentinho e mais feliz.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

quarta-feira, 18 de julho de 2012

sobre a gravidez

A gravidez é mesmo um momento mágico. É um dos únicos momentos da vida em que você deixa de olhar para o próprio umbigo.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Na hora de dormir

"Mamãe, eu não tô cansado. Por isso eu vou dormir de olhos abertos." Ah é? Então ta, filho. Você é o único filho do mundo que consegue dormir de olhos abertos. "É, sou. Mas pra isso eu preciso de carinho. Eu aceito carinho, viu mamãe?"

terça-feira, 3 de julho de 2012

Precisando de uma empregada? Vá na igreja.

Apelei pra Deus. E confesso que, quando entrei ali naquela igreja, tive vontade antes de dar uma sentadinha no banco e rezar. Pra Deus me iluminar, pra eu encontrar uma pessoa boa, pra ter sorte com a próxima empregada que entrasse na minha casa. Bom, começamos do começo. Tem uns 6 meses que estou insatisfeita com a minha funcionária. Ela arruma ok, passa ok, bufa sempre e tem uma comida bipolar: vai do péssimo para o maravilhoso na mesma semana. Já quis demitir ela no primeiro mês, depois voltei atrás e agora tomei coragem pra procurar, de uma vez por todas, outra pessoa. E essa busca já teve de tudo: indicação de amiga, de amiga da amiga, de babá, de agência e agora ajuda da igreja. Parece estranho (e no fundo é), mas dá certo. Como funciona isso? Você chega na igreja, entra no confessionário, conta tudo pro padre e ele te indica a empregada ideal para levar pra casa e pagar todos os seus pecados. Caaaaaaaaalma,não é assim. Mas poderia, já pensou? A coisa é um pouco menos bizarra. Você entra numa sala lotada de pretendentes, diz em alto e bom som tudo que você precisa que a sua funcionária tenha e, as que interessarem, levantam a mão. Daí você vai pra uma outra sala com a pretendente, faz a sua entrevista, pega as referências, recomendações, ajoelha, reza e, se tudo der certo e se Deus quiser, sai de la com uma funcionária novinha em folha. Tem de tudo la. Gente bonita, gente feia, gente que sabe fazer tudo e quer rios de dinheiro, gente que faz pouco e quer um mar de dinheiro, gente bem simples, bem humilde e gente entrevistando a patroa. Isso mesmo. "Quantas pessoas tem na sua casa? Que horas eu saio? Eu não gosto disso e nem daquilo". Edenice, Creuza, Antonia, Astrogilda, Geni, Elzi, Nelma. Enfim. Entrevistei 7 pretendentes e acho, ACHO, que consegui alguém. Se não der certo, o próximo passo vai ser apelar para um milagre. Se alguém também quiser passar por essa experiência, recomendo: Igreja Clodomiro Amazonas, 50. Toda terça, das 9 às 11 (eles fecham em julho e voltam em agosto)

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Balada. só que ao contrário.

Tudo pronto para a balada que seria a festa do ano. Sabe aquelas que só passam na vida de 10 em 10 anos? Pois é. Folga da babá remanejada, vestido comprado, sapato em ordem e lentes de contato estocada. Isso mesmo, vejam vocês. Eu que SÓ uso óculos todos os dias da minha vida comprei até lentes para a balada do século. Ia escutar OI OI OI ao vivo (sim a aniversariante em questão contratou o cantor da música para tocar na festa), tomando drinks com a amiga que me convidou e instagrando todo e qualquer vestígio de famoso que passasse ao meu lado. Quem me conhece sabe que adoro um famoso. Não sou do tipo de pedir autógrafo e tietar. Mas sou dessas de olhar de rabo de olho, tirar foto escondida e falar pra todo mundo no Whatsapp quem eu vi e quem deixei de ver. Cheguei em casa mais cedo, tomei aquele banho, lavei o cabelo e passei todos os mousses, óleos e ativadores para ficar com o cabelo de novela. E ele ficou. Todo cacheado, brilhante e volumoso, do jeito que eu gosto. Ficou assim até eu pegar o Arthur no colo, sentir a febre de 38.9º e receber um jato de vômito no melhor estilo “vomitose aguda” no meu cabelo estonteante. Daí pra frente, minha querida, a balada foi entrando em ritmo de decadência total. Troca o Arthur, arruma a mochila do Arthur, passa uma água no cabelo estonteante com vômitos escarsos, limpa o vômito de novo, trocar o Arthur de novo, me troco, levo mais um jato no cabelo. Ufa. Entramos no carro. E o vestido lindo pronto pra festa no armário. Corre pro hospital. E o oi oi oi na abertura da novela. Exame de garganta, exame do nariz, raio x, exame de sangue, exame de urina. Já disse que eu tenho PAVOR do exame de urina? Aquele saquinho no saquinho e o xixi que não vem nunca. 3 horas de espera e ele lá, repousando no aconchego da bexiga. Garganta nada, nariz nada, raio x nada. Xixi nada. Melhor por uma sonda. O que? Sonda???? Põe sonda. Tudo isso e já é meia noite. Eu no hospital. Meu bebê no hospital. O vestido no armário. A lente na bolsa. O xixi resolve sair. Pelo menos ele saiu essa noite. Espera exame e espera e espera. O instragram sem famosos. Eu sem jantar e o vestido lindo e moderno no armário. 1 da manhã e nada do resultado. “pode ir embora. O médico vai ver o resultado e te liga”. Ok, todo mundo pra casa. Sem febre, sem festa, sem celebridades. Mas tudo bem. Daqui 10 anos tem outra.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Pelo menos

Nunca gostei muito de usar essa expressão na minha vida. Sei la, me parece derrotista. Aceitar o pelo menos é se contentar com pouco. É não chegar no máximo, viver com o mínimo necessário. Mas semana passada eu me agarrei no pelo menos para sobreviver às tantas adversidades. Quarta-feira fui pra Goiânia no lançamento do livro do meu pai. Cheguei 1 hora antes, como sempre faço, e fui fazer o check-in quando fui informada por uma atendente blasé que o meu vôo tinha sido cancelado. Como assim? Sim, senhora. O aeroporto fechou, nenhuma aeronave chegou e o vôo cancelou. A senhora foi realocada para o vôo das 14h00. Puta da vida, respirei fundo e pensei: ok, pelo menos posso ficar na sala da Amex lendo um livro, bebericando e comericando o que quiser. Mas antes passei na livraria do aeroporto para comprar um livro. Enquanto estava la, tranquila, escolhendo a minha companhia para aquelas 5 horas de espera, senti uma mão no meu ombro e depois ouvi a pergunta: "Eric?". ALO? Alguém me chamando de Eric? Me viro e um ser estranho (provavelmente tão estranho quanto esse tal de Eric), assustado, me pede mil desculpas pelo ocorrido. A minha única frase pra bizarrice: "Eric? Eu sou menina, pôxa." Pronto, passado o ocorrido penso: pelo menos achei o livro que eu queria (Feliz por nada, da Martha Medeiros. super recomendo). Vou pra salinha cativa da Amex e por la fico durante 5 horas. Não saio sem antes cortar o dedo na latinha de Coca-Cola, encontrar o Silvio de Abreu, o Xuxa e a Magic Paula. Ufa, pelo menos o vôo não atrasou. Entro no avião e começo a sentir um cheiro estranho, mas conhecido. Putz, lembro que é o cheiro do óleo caríssimo que está dano O jeito no meu cabelo. Abro a mala e o que encontro? O óleo quebrado, as roupas sujas e tudo, tudo melecado. Ali, agachada no corredor tentando salvar o que pudesse ali da mala, escuto do chefe de cabine : "Pelo menos o óleo é cheiroso, ne? Já imaginou se fosse óleo de peixe?" Só respondi: " é, pelo menos é."

terça-feira, 5 de junho de 2012

Comer em casa. Tudo menos saudável.

Passei anos da minha vida trabalhando fora. E, consequentemente, almoçando fora. Quem me conhece sabe o valor que eu dou para o almoço. É o momento de conversar, de comer gostosinho e de dar uma pausa no meu dia. Mas não tinha um dia lá na agência, na hora do almoço, que eu não pensava nas crianças. Em almoçar com elas em casa, passar pra dar um beijinho e comer saudável. Pensava, me culpava por não ir até la, mas acabava me distraindo com o papo do almoço, com o cafezinho e a sobremesa. E assim foi. Hoje almoço quase todos os dias em casa. E posso dizer? É um show de horror. É a sala cheia de brinquedos espalhados pelo chão. É o Arthur chorando no cadeirão porque não quer comer, porque quer a mamãe ao lado e o cocó no DVD. É eu brigando por mais só uma colherada e pronto. É a gelatina no chão, o iogurte no uniforme. E no meio disso tudo tem eu comendo, eu gritando, eu engolindo, eu dividindo a comida porque assim ele come melhor. A salada antes e depois o principal? Desconheço. É tudo junto e misturado, minha querida. O cafezinho junto com a sobremesa? Não, meu amor. É a sobra da gelatina, o pedaço da fruta que caiu no chão. Os papos divertidos que se estendiam um pouco mais? Hummm, melhor não. É glamour zero, benhê. E digestão zero também. Alguém ai entrou nessa loucura junto comigo ou eu tô sozinha, além de almoçar sozinha em casa? Saudades dos almoços cheios de culpa, de gordura e de açúcar no final. Esses sim eram saudáveis.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Os melhores 4 anos da minha vida.

Abro uma exceção no blog que só fala do ontem para falar do amanhã. Para falar dele que chegou ha 4 anos e mudou tudo. A minha forma de amar, de me preocupar. O meu jeito de sorrir e até de olhar no espelho. Porque na maioria das vezes ele está ali, na minha frente. Ele é o meu passado, no futuro. Tantas reações, questões,brincadeiras. Tudo igual, só que com olhar masculino. Por isso tão difícil e tão contraditório. Cheio de perguntas, de risadas soltas, de aprendizado. Tão inteligente,esperto,questionador. Tão cheio de extremos. Amanhã ele faz 4 anos, mas parece que já tem tantos outros... É o meu amor que vive fora de mim. O meu menino lindo que me ensina a ser mãe a cada dia. Sério, compenetrado, falante. A melhor companhia do mundo. amo você, filho.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

sobre privadas e afins

Começo o texto dizendo que ele não é um post-pago pelas fabricantes de louça sanitária. Ele é vida real, daquelas que nem se vê em filme. Muito menos em novela. Aconteceu ontem. E foi assim. 7 da noite e eu dispenso a babá para ir pra academia (ué, não era você que deveria ir pra academia? é, pois é. me falta disposição, vontade e interesse. Sobra tudo isso pra babá. Então, vamos valorizar). Ela sai com sua roupa de ginástica e eu coloco a minha de "mãepresenteiupivamosbrincar". No meio da festa o Theo solta: "Mãe, quero fazer cocô". Ainda bem que veio a frase e não o pum. Levo o Theo ao banheiro e ele fica por la. Está naquela fase de não querer ninguém compartilhando esse momento. uuuufa Ei que o Arthur diz: "quécováditão." ok, ok, vamos ao outro banheiro e coloco a pasta na escova para ele escovar, feliz, o ditão. Só que ele acha que depois de fazer isso deve guardar a escova de dente. óoooootemo, parabéns. Mas sabe onde ele quer guardar a escova? No vaso sanitário. ILLLLLLLLLLLLLL. E ele fez isso. Pela 6ª vez. Porque eu sempre falo que não pode, explico, mas nunca chego a tempo de pegar a escova pelo ar. Sempre chego na hora de ter que ensacar a mão, colocar la dentro e jogar a coisa direto no lixo. A escova foi pro lixo. Enquanto tudo isso acontecia, o Theo me pediu pra levar um brinquedo pra ele no banheiro. Levei. E adivinha o que aconteceu de novo? Obvio. O Theo deixou o boneco cair no meio do cocô. Ele grita pra dizer, eu grito de horror já pensando nas cenas seguintes e vou la ver. Foi isso mesmo. Não era só o boneco que estava na merda. Eu também, minha cara. Saio pra pegar outro saco e quando volto o que vejo? O pijama + a cueca do Theo dentro do vaso. OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOHHHHHHHHHHHHH MEU DEUS! O Arthur achou que o lugar certo de guardar a roupa do irmão era também dentro do vaso. Bom. Ta na merda, chafurda, certo? Tirei o pijama, tirei o brinquedo e joguei a dignidade no lixo. Acho que está na hora de começar a pensar melhor a respeito da academia.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

ontem eu brinquei de ser criança

Ontem eu saí mais cedo da salinha em que eu trabalho e vim correndo pra casa. Digamos que fazia muito tempo que eu não tinha vontade de chegar cedo por aqui. Sabe como é. A função depois das 6 da tarde é bem dura: tem banho, tem troca de roupa, tem jantar, tem sobremesa e tem discovery Kids na tv. Andei pensando esses dias e vi que tem pelo menos uns 3 anos que não assisto o Jornal Nacional. Novela das 7 então é artigo de luxo. E olha que já tem bem 1 ano que saí da loucura de agência e estou aqui nesse horário. Mas voltando à vontade de ontem. Cheguei em casa feliz em encontrar os 2 pequenos acordados, já no final do jantar. Daí dispensei a babá, tirei a TV do 45 e coloquei no 18. Sim, a novela das 7, Cheias de Charme, estava começando. Deixei ela ali de trilha e começamos a brincar. Juro, vou ser bem sincera aqui: acho que pela primeira vez(tá, pode ser terceira) eu brinquei com prazer. Eu estava inteiramente ali, mesmo com a TV ligada na novela. Brincamos de fazer careta pra foto,brincamos de leão malavado, elefante esperto e porco cor de rosa. Brincamos de desenhar, de esconde-esconde e eu nem vi o tempo passar. Não tive a menor vontade de espiar o twitter, o facebook e nem mesmo as fotos do instagram. Brinquei feliz, como uma menina mais velha brincando com os seus amiguinhos. E eles adoraram. Se divertiram horrores. Foram apresentados a uma mãe que não conheciam. E eu, à Anna que tinha ficado la na infância.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Mais uma bic, por favor?

Em uma semana de mais uma virose do filho, dessa vez da garganta, e em mais uma madrugada na ativa, olhando para a parede e pensando por que mais uma vez comigo, eu tive a brilhante idéia de começar a riscá-la a cada noite sem dormir. Isso, tipo presidiária mesmo, sabe?
Sei la, ficaria ali o registro de quantas noites eu passo acordada. E ficaria ali também a explicação de tanta olheira, irritação e cansaço.
Uma instalação viva das minhas noites.
Uma pintura quase rupestre.
Um retrato nada poético ou até poético, se você ver com os olhos da arte, de uma realidade difícil, mas que eu tento levar com bom humor.
As noites têm sido assim. entre um quarto e outro. entre uma mamadeira e outra. entre uma ninada e outra.
Dizem que passa.
Com o mais velho passou, mas as vezes as acordadas voltam pra fazer meu coração acelerar de novo.
Com o menor,ainda não.
Enquanto isso, sigo riscando paredes, refém dos sonos deles, prisioneira das minhas noites em claro.

domingo, 8 de abril de 2012

Nessa páscoa eu também ressuscitei.



Tudo pronto para o feriado em São Paulo. Almoço de sexta na casa de amigos queridos, visita de outros que a gente não via ha muito tempo no sábado e domingo no clube com as crianças.
Até que a tal da virose bateu na porta, pegou todo mundo e derrubou nossos planos.
Conto, passo a passo, como isso aconteceu.
3h30 da manhã de sexta o Arthur acorda chorando. Levanto, faço uma mamadeira e me dirijo ao quarto do pequeno. Tetê na boca do Tutu, gorfo na boca da mamãe. Deixo o Arthur no berço e me dirijo correndo ao banheiro. De la, ouço o Rafael (meu marido) correndo para o outro banheiro. Pronto, foi dada a largada para ver quem expelia mais líquidos no final de semana.
Ainda bem que a gente tinha a babá para ajudar com os meninos enquanto a gente tentava se cuidar ne?
NOOOOOOOOOOOT. A babá viajou e era a gente ou a gente mesmo.
E já que estávamos literalmente na merda, o negócio foi tentar sobreviver ao dia.
Enquanto um ia ao banheiro, o outro ficava brincando (ou qualquer coisa parecida com isso) com os meninos. E come arroz.
Enquanto o Arthur dormia, a gente tentava levar o tempo com o Theo. E vai o arroz.
Enquanto os 2 comiam, a gente tentava não se enjoar tanto com o cheiro. Toma Gatorade.
E quando um resolveu dar birra no meio do caos, ele ficou dando birra la mesmo, porque a gente não tinha nem forças pra brigar. Vai o gatorade.
Não preciso nem dizer que o almoço feliz com os amigos aconteceu sem a gente ne?
Alias, de feliz nesse dia só teve a hora que os meninos dormiram e a gente capotou junto.
21h00 da noite.
Que bom que a gente ia poder descansar até as 8, pelo menos.
NOOOOOOOOOOOOOOOOOOT de novo.
O Arthur acordou as 5 da manhã querendo brincar.
E as 5 estávamos la brincando. E indo ao banheiro, claro.
Mas a virose ficou com dó a gente e resolveu ir embora. Aos poucos, mas foi.
E eis que o domingo de páscoa chegou com um presente mais do que especial: o Arthur acordou as 6 da manhã e a gente comemorou como se fosse 10!
Viva!!!!!!!

sábado, 10 de março de 2012

O pesadelo começa antes de dormir.




Ontem eu fui dormir 1 da manhã.
Hoje acordei as 6.
O problema não é o dormir pouco. É o sofrer antes por saber que não vou dormir.
Me entende?
Então olha só como funciona.
Eu saio e a festa, o jantar,a balada ou a peça de teatro está uma delícia. Estou curtindo loucamente, rindo loucamente, bebendo loucamente.
Mas vai aproximando da meia noite e eu vou ficando sóbria, vou ficando tensa,vou ficando velha e tudo vai perdendo a graça.
Não, eu não tenho medo de virar abóbora à meia noite. Eu tenho medo é do pouco tempo que vou dormir. Da hora que o meu reloginho humano vai me acordar.
Sofro mais pela hora que vou dormir do que pela hora que vou acordar. Pode isso?
Ontem fomos assistir ao Violinista do telhado e tudo estava mais que perfeito. Mas foi me dando uma agonia, um desespero, olhei no relógio e adivinha?
Meia noite.
Fiquei tensa.
Assisto a peça? Durmo aqui mesmo pra já ganhar 1 horinha de sono? Vou embora de táxi?
O Zé Mayer me ganhou e tirou de mim esse sofrimento antecipado.
Assisti à peça até o final.
Quer dizer, saí 5 minutinhos antes pra pegar o carro, economizar o tempo da fila e dormir 15 minutos a mais.

sexta-feira, 9 de março de 2012

ontem foi em excesso. por isso não apareci.




Ontem a preguiça, a falta de tempo, mas não a de assunto, tomou conta de mim e eu não apareci por aqui.
Simplesmente eu não tive forças e até me faltou o humor para contar coisas do dia-a-dia, da vida de mãe, freelancer, esposa, amiga, mulher.
Fevereiro, seu carnaval e seu dia a mais foram pouco para fazer tudo e continuar escrevendo, contando, aparecendo.
Teve viagem à hotel fazenda,teve job gostoso de fazer, teve job odioso também. Tiveram birras mais acentuadas, choro de desespero, gargalhada compartilhada. Teve visita da avô e do sogro. Teve taça de vinho a mais, que delícia. A irresponsabilidade as vezes me visita também e amanhece com gosto de desgosto. Mas com excelentes lembranças.
Teve o final do horário de verão com horários de despertar desesperadores.
Meus dias agora começam às 5h30 e vão até a 12h00.
por isso o cansaço e a vontade de desmaiar na cama.
mas vou aparecer mais.
contar mais.
estava com saudades.
inté.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A vida coreografada




Uma fratura no fêmur esquerdo me fez começar a dançar ballet aos 6 anos de idade.
E o que começou como um "remédio" virou prazer e quase uma profissão. Fiz 12 anos de Ballet Clássico, Ballet moderno, Jazz e sapateado. Dançava 5 horas por dia, todos os dias da semana. O palco era o lugar onde eu me sentia viva e feliz.
E de tanto dançar, acabei machucando o joelho. E olha só como é a vida: o mesmo problema que me levou à dança, também me tirou dela.
Um ciclo que se fechava tanto tempo depois. Uma pirueta perfeita, de uma aluna dedicada e apaixonada.
Me vi perdida, sem uma barra pra me apoiar e um espelho pra me mostrar os movimentos errados. Foi daí que decidi ser redatora: para continuar fazendo coreografias, só que dessa vez com as letras.
Para mim dançar e escrever nascem em um mesmo lugar e me causam a mesma emoção.
E não é que 15 anos depois, com 2 filhos, um corpo totalmente diferente e uma idade digamos, mais avançada, eu me matriculo na aula de jazz e me jogo na dança?
Pois é, queridos. Essa redatora que vos escreve voltou a coreografar também com o corpo.
Ontem foi a primeira aula. E hoje, bem, hoje eu não existo.
As cirurgias no joelho, na coluna e no pé me fizeram lembrar porque eu parei de dançar.
Dói tudo, o joeho está inchado, a coluna trava e eu pareço um robô andando.
A sorte (ou o azar) é que eu tenho ortopedista marcado pra hoje.
Vou torcer pra ele me receitar a dança como remédio para viver mais e melhor.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Ontem foi o dia dela.



Sempre tivemos uma espécie de cordão umbilical invísivel ligando a gente. Como aquele "aqui passa o trópico de capricórnio", que a gente não vê, mas sabe que está lá.
Ela praticamente me criou, ja que eu tinha convulsão febril toda vez que ficava longe dela.
Toda tarde, la em Brasília, andava de ônibus comigo porque eu adorava o friozinho na barriga que o sobe e desce das ruas do planalto central causava em mim.
Era ela quem fazia os meus coques para a aula de Ballet. Não sem antes me preparar o café com torradas bem quentinhas, me lembro bem.
Toda noite, antes de dormir, me passava a mão devagarinho, para espantar os carneirinhos e chamar o sono mais rápido.
Quando troquei Goiânia por São Paulo,ela veio junto. E fez a dor da cidade grande ficar menorzinha.
Entre uma aula e o trabalho, ela sempre me esperava na porta do prédio, com um lanchinho e um sorriso que dizia "vai dar tudo certo."
Ela sempre soube a hora de chegar perto e também de espiar de longe. Foi assim depois de 6 anos, quando decidiu voltar pra casa,a sua casa.
Mas toda quarta e domingo a gente continuava se vendo pela voz. E é assim até hoje.
Ela é a minha avó. Que já foi minha mãe, vó e hoje é a bisa. Mãebisavó.
E ontem, depois de uma semana aqui na minha casa, depois de passar meu aniversário e o dela juntas, ela foi embora. E deixou um vazio tão grande....
E eu vim embora chorando, lembrando do ensopadinho de carne que ela sempre faz pra mim, do melhor ovo frito que eu já comi na vida e do melhor colo que, graças a Deus, eu tenho até hoje.
Para ela eu sou a Nininha. A menina que ainda não cresceu, mas que já tem 2 filhos.
Para mim, ela é referência, força, sabedoria.
Uma menina com nome de rosa.
Ah, como eu queria que seu perfume durasse pra sempre.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Ela só se lembra do ontem.




Um dia, nessas minhas férias em Goiânia, recebi a visita de uma tia muito querida chamada Elza.
Elza é uma dessas mulheres vaidosas, que faz maquiagem definitiva e uma escova que parece durar com os anos. Viajada, chique, da mais alta sociedade Goiana.
Uma tia bastante presente, mas que hoje só se lembra do passado.
A tia Elza está com Alzheimer e eu nunca tinha tido tanto medo desse alemão, até receber a minha tia em casa.
Eu não sei se você já conversou com alguém com Alzheimer. Se sim, sabe como é triste. É triste demais.
Ver a outra pessoa se desesperando por não saber do que estava falando,depois esquecendo o motivo do desespero e depois se desesperando de novo é terrível.
A tia Elza me perguntou se eu não tinha me casado umas 12 vezes. Eu apresentei meus filhos e, depois de 5 minutos ela dizia: nossa, lindos esses meninos. De quem são?
Ela começava uma frase e, no meio dela, dizia:"Nossa, ta vendo como eu estou? Não sei do que estava falando mais..."
E enquanto ela se perdia na memória recente, eu viajava pelo passado.
No tempo em que a tia Elza falava,sem reticências. No tempo em que eu adorava ouvir suas histórias sem ponto final.
E naquela tarde eu me coloquei no lugar dela várias vezes. E imaginei como deve ser difícil você começar a falar e de repente as palavras caírem num abismo que você não se lembra de ter visto antes. De você não poder viver o presente porque ele dura segundos e não fica registro nenhum. De você ter que viver num passado que só existe daquele jeito dentro de você.
A tia Elza só se lembra do ontem. E eu quero me lembrar dela assim.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Eu podia estar roubando, mas estou aqui me culpando.




Eu podia ter ido renovar minha carteira de motorista ou fazer as compras do mês. O Rafa podia ter ido ao dentista com o meu carro, já que o dele estava no rodízio.
Mas não. Deixamos todos os planos de lado para levar o Theo para brincar na casa de um amiguinho.
E fomos felizes no carro: ele todo empolgado e eu, feliz por tirar férias do filho por 1 dia.
Chegamos lá e até a porta da casa estava tudo bem. Até que eles abriram, ele entrou e, de repente, parou. E voltou correndo, chorando, se escondendo atrás de mim, dizendo que não queria ficar lá.
O amiguinho sem entender nada, ele implorando pra ir embora e eu lá, tentando convencê-lo a ficar.
E nada.
Depois de quase 15 minutos, decidi vir embora.
Não sem antes dizer que, quando ele chegasse em casa, ficaria de castigo.
Vim pensando o que teria acontecido pra ele não querer ficar . E logo me lembrei que, na semana passada quando ele foi pra la brincar e deu mais uma das suas BB (birras, bizarras), eu levei-o pro quarto do amiguinho e deixei ele de castigo.
Sim, a palavra castigo já apareceu 2 vezes nesse pequeno texto.
Sim, eu vivo me perguntando se estou agindo certo em colocar ele de castigo.
E a resposta pra sempre vai ser: não sei.
Mas me acompanhem: o pequeno ser grita, chora, chuta a mãe, estrebucha no chão. O que você faz?
1 – senta e chora
2 – faz birra também
3 – bate e vai presa.
4 – deixa de castigo.

Eu, quase sempre, opto pela alternativa 4, já que a 2 já me fez passar muita vergonha na vida.
Pois então, voltemos ao episódio.
Voltei arrasada pra casa achando que eu tinha traumatizado meu filho.
Assumi a minha culpa e também a do meu marido judeu (sim, aqui em casa eu sempre pego a culpa dele também) e fiquei pensando nisso o dia todo.
O que fazer em caso de BB? Dar aquela espiadinha ou ensinar que não é desse jeito que a gente consegue as coisas?
Já pensou você se jogando no chão porque a agência resolveu não emendar o feriado? Ou você chutando seu chefe porque ele não deu o aumento que você pediu? (ok, nesse caso dá muita vontade de fazer isso sim).
Mas cheguei a uma conclusão: eu sempre faço o melhor que posso pros meus filhos. E sempre faço também o que acho correto.
E, se mesmo assim, o meu melhor deixá-lo traumatizado, fazer o que?
Decidi já ir guardando um dinheiro para a terapia.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Um dente e o metrô




A pessoa ta cansada. A pessoa sobe a augusta inteirinha a pé, mas antes pára num desses lugares que ficaram parado no tempo pra tirar xerox.
A pessoa pega o metrô lotado e vai até a estação da Sé sem sentar.
A pessoa quase pára numa dessas farmácias populares só pra ver se compra remédio mais barato, mas acaba mudando de opinião. Melhor deixar pra volta.
A pessoa entra no poupa-tempo e se dirige à praça azul, onde pensa que irá renovar sua carteira de motorista.
Mas antes a pessoa pensa: "com tanta multa, é capaz de perder a carteira agora mesmo."
A pessoa se dirige à uma pessoa de má aparência, que masca chiclete como se fosse uma vaca. Depois de pedir informação à essa pessoa, a outra tem certeza de que ela é realmente uma vaca, tamanha falta de educação.
A pessoa vaca que masca chiclete de boca aberta e demonstra insatisfação em trabalhar no local em questão diz: "acabaram as senhas, senhora. volte amanhã".
A pessoa ainda tenta manter um diálogo com a vaca, mas é ignorada e acha melhor voltar outro dia.
No caminho de volta, pensa: "eita fase que não acaba, mas é surpreendida por seu outro lado Poliana que lhe dá uma bronca". Quando pensa em responder, lembra que a farmácia popular passou e ela não parou.
Pega o metrô e percebe que tem uma mulher completamente vestida de homem, mas que parece mulher. Dá um jeito de olhar debaixo do seu braço, disfarçadamente. Pelos pêlos ralos, confirma sua suspeita. É mulher.
Se distraiu tanto, que a pessoa quase desceu na estação Trianon, mas percebeu o erro a tempo de voltar pro trem e descer na próxima estação.
A pessoa desce a augusta a pé, mas antes pára na Cacau Show para fazer um mimo pra babá que está falando desde dezembro do panetone de chocolate molhadinho.
O panetone de chocolate molhadinho não tem, mas tem esse de maracujá incrível, me diz o moço sorridente, com os dentes separados, da loja.
A pessoa compra o panetone de maracujá e continua descendo a augusta.Mas daí a pessoa pensa: Quer saber?
E a pessoa pára no meio do caminho e abre o panetone de maracujá incrível pra ver se o nervoso passa.
O nervoso da pessoa não passa. O panetone não era incrível e nem tampouco molhadinho.
Sorte que o moço tinha o sorrido bonito. Mesmo tendo dentes separados.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Xô nuvem




Sabe a nuvem preta que ficou em cima de mim dezembro inteirinho? Pois bem. Ela veio me esperar na volta à São Paulo.
Depois de um vôo super turbulento, não pelo fato de estar sozinha com 2 crianças,veja bem, mais uma surpresa me aguardava para fechar as férias com chave de ouro.
Depois de ouvir "tripulação, pouso autorizado" e dar aquela relaxada, o avião arremeteu e eu quase tive uma síncope nervosa.
Se não bastasse passar 1h25 minutos fazendo malabarismos com um bebê num colo e uma criança de 3 anos querendo que eu colocasse o cinto, depois tirasse, depois colocasse o DVD, depois trocasse, depois abrisse o sanduíche, depois desse suco, depois levasse ao banheiro, contasse historinha, chupasse cana e cantasse ao mesmo tempo, ainda tive que passar mais 45 minutos sobrevoando São Paulo à espera do tal teto para decolagem.
E tudo que eu mais queria era só chegar no meu próprio teto. Mesmo sem babá, há 25 dias sem limpar e nenhuma outra palavra para rimar.
Aproveitei que estava la em cima mesmo, segurei na mão de Deus e fui.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Como você está se sentindo hoje?



Ontem, depois de ligar pro meu médico e pedir um amansa louco, comecei a tomar SintoCalmy.
Me Sintomaisneurótica.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Vai gordinha!!




Sabe qual foi a última frase que eu ouvi antes de 2011 terminar?
"Nossa, você ta gordinha, hein?"
Bem legal terminar o ano assim. Mas esperar mais o que de 2011?
Ainda bem que em Goiânia não tem mar. Senão ia me sentir uma baleia pulando as 7 ondas com essa frase na cabeça: "vai, gordinha, pula mais uma onda".
E daí, não contente em me dizer isso nos últimos minutos do segundo tempo, minha mãe ainda continua nos primeiros minutos de 2012: " ta gordinha mesmo, olha só essa barriguinha?"
Mas tudo bem.
2012 tem um dia a mais pra gente comer menos, não é não, pessoal?

bjo da gorda.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Ontem e hoje



Ontem era 2011.
Hoje já é 2012.
Um ano cheio de vontades de dar certo.
E se ontem eu fui impaciente. Hoje quero esperar o tempo que for preciso.
Se ontem eu fui muito irritada, hoje quero respirar e rir de tudo.
Se ontem eu reclamei da falta de sono, hoje quero me acostumar com ela. E reclamar menos de tudo. Não só do sono.
Eu quero brincar mais.
Trabalhar mais.
Escrever mais.
Viajar mais.
Viver mais hojes e menos ontens.
E contar tudinho aqui pra vocês.
Feliz 2012! Um ano com um dia a mais que os outros pra gente ser mais e mais feliz.