segunda-feira, 25 de junho de 2012

Balada. só que ao contrário.

Tudo pronto para a balada que seria a festa do ano. Sabe aquelas que só passam na vida de 10 em 10 anos? Pois é. Folga da babá remanejada, vestido comprado, sapato em ordem e lentes de contato estocada. Isso mesmo, vejam vocês. Eu que SÓ uso óculos todos os dias da minha vida comprei até lentes para a balada do século. Ia escutar OI OI OI ao vivo (sim a aniversariante em questão contratou o cantor da música para tocar na festa), tomando drinks com a amiga que me convidou e instagrando todo e qualquer vestígio de famoso que passasse ao meu lado. Quem me conhece sabe que adoro um famoso. Não sou do tipo de pedir autógrafo e tietar. Mas sou dessas de olhar de rabo de olho, tirar foto escondida e falar pra todo mundo no Whatsapp quem eu vi e quem deixei de ver. Cheguei em casa mais cedo, tomei aquele banho, lavei o cabelo e passei todos os mousses, óleos e ativadores para ficar com o cabelo de novela. E ele ficou. Todo cacheado, brilhante e volumoso, do jeito que eu gosto. Ficou assim até eu pegar o Arthur no colo, sentir a febre de 38.9º e receber um jato de vômito no melhor estilo “vomitose aguda” no meu cabelo estonteante. Daí pra frente, minha querida, a balada foi entrando em ritmo de decadência total. Troca o Arthur, arruma a mochila do Arthur, passa uma água no cabelo estonteante com vômitos escarsos, limpa o vômito de novo, trocar o Arthur de novo, me troco, levo mais um jato no cabelo. Ufa. Entramos no carro. E o vestido lindo pronto pra festa no armário. Corre pro hospital. E o oi oi oi na abertura da novela. Exame de garganta, exame do nariz, raio x, exame de sangue, exame de urina. Já disse que eu tenho PAVOR do exame de urina? Aquele saquinho no saquinho e o xixi que não vem nunca. 3 horas de espera e ele lá, repousando no aconchego da bexiga. Garganta nada, nariz nada, raio x nada. Xixi nada. Melhor por uma sonda. O que? Sonda???? Põe sonda. Tudo isso e já é meia noite. Eu no hospital. Meu bebê no hospital. O vestido no armário. A lente na bolsa. O xixi resolve sair. Pelo menos ele saiu essa noite. Espera exame e espera e espera. O instragram sem famosos. Eu sem jantar e o vestido lindo e moderno no armário. 1 da manhã e nada do resultado. “pode ir embora. O médico vai ver o resultado e te liga”. Ok, todo mundo pra casa. Sem febre, sem festa, sem celebridades. Mas tudo bem. Daqui 10 anos tem outra.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Pelo menos

Nunca gostei muito de usar essa expressão na minha vida. Sei la, me parece derrotista. Aceitar o pelo menos é se contentar com pouco. É não chegar no máximo, viver com o mínimo necessário. Mas semana passada eu me agarrei no pelo menos para sobreviver às tantas adversidades. Quarta-feira fui pra Goiânia no lançamento do livro do meu pai. Cheguei 1 hora antes, como sempre faço, e fui fazer o check-in quando fui informada por uma atendente blasé que o meu vôo tinha sido cancelado. Como assim? Sim, senhora. O aeroporto fechou, nenhuma aeronave chegou e o vôo cancelou. A senhora foi realocada para o vôo das 14h00. Puta da vida, respirei fundo e pensei: ok, pelo menos posso ficar na sala da Amex lendo um livro, bebericando e comericando o que quiser. Mas antes passei na livraria do aeroporto para comprar um livro. Enquanto estava la, tranquila, escolhendo a minha companhia para aquelas 5 horas de espera, senti uma mão no meu ombro e depois ouvi a pergunta: "Eric?". ALO? Alguém me chamando de Eric? Me viro e um ser estranho (provavelmente tão estranho quanto esse tal de Eric), assustado, me pede mil desculpas pelo ocorrido. A minha única frase pra bizarrice: "Eric? Eu sou menina, pôxa." Pronto, passado o ocorrido penso: pelo menos achei o livro que eu queria (Feliz por nada, da Martha Medeiros. super recomendo). Vou pra salinha cativa da Amex e por la fico durante 5 horas. Não saio sem antes cortar o dedo na latinha de Coca-Cola, encontrar o Silvio de Abreu, o Xuxa e a Magic Paula. Ufa, pelo menos o vôo não atrasou. Entro no avião e começo a sentir um cheiro estranho, mas conhecido. Putz, lembro que é o cheiro do óleo caríssimo que está dano O jeito no meu cabelo. Abro a mala e o que encontro? O óleo quebrado, as roupas sujas e tudo, tudo melecado. Ali, agachada no corredor tentando salvar o que pudesse ali da mala, escuto do chefe de cabine : "Pelo menos o óleo é cheiroso, ne? Já imaginou se fosse óleo de peixe?" Só respondi: " é, pelo menos é."

terça-feira, 5 de junho de 2012

Comer em casa. Tudo menos saudável.

Passei anos da minha vida trabalhando fora. E, consequentemente, almoçando fora. Quem me conhece sabe o valor que eu dou para o almoço. É o momento de conversar, de comer gostosinho e de dar uma pausa no meu dia. Mas não tinha um dia lá na agência, na hora do almoço, que eu não pensava nas crianças. Em almoçar com elas em casa, passar pra dar um beijinho e comer saudável. Pensava, me culpava por não ir até la, mas acabava me distraindo com o papo do almoço, com o cafezinho e a sobremesa. E assim foi. Hoje almoço quase todos os dias em casa. E posso dizer? É um show de horror. É a sala cheia de brinquedos espalhados pelo chão. É o Arthur chorando no cadeirão porque não quer comer, porque quer a mamãe ao lado e o cocó no DVD. É eu brigando por mais só uma colherada e pronto. É a gelatina no chão, o iogurte no uniforme. E no meio disso tudo tem eu comendo, eu gritando, eu engolindo, eu dividindo a comida porque assim ele come melhor. A salada antes e depois o principal? Desconheço. É tudo junto e misturado, minha querida. O cafezinho junto com a sobremesa? Não, meu amor. É a sobra da gelatina, o pedaço da fruta que caiu no chão. Os papos divertidos que se estendiam um pouco mais? Hummm, melhor não. É glamour zero, benhê. E digestão zero também. Alguém ai entrou nessa loucura junto comigo ou eu tô sozinha, além de almoçar sozinha em casa? Saudades dos almoços cheios de culpa, de gordura e de açúcar no final. Esses sim eram saudáveis.