segunda-feira, 24 de junho de 2013

E quem é que não sente?

Ela chegou. De vestido cinza e o seu bom e velho crucifixo pendurado no pescoço. Apontou meus erros, colou nas minhas inseguranças. E me fechou outros possíveis caminhos. Sempre ela. Com essa mania de chegar atrasada, mas participar de tudo. Como um pensamento que acontece fora do corpo martelando os sentidos. Desta vez eu fechei as portas, mas ela ficou espiando pela janela. Coisa feia, menina. Já não falei que não te quero mais? Mas você não escuta e me faz ficar cega. De você. De atitudes impensadas. Tem horas que de tão grande assume o meu lugar. Fala alto. E o som fica ecoando, ecoando. Culpa é o seu nome. Que de tão presente quase virou meu sobrenome. Uma desculpa para não seguir em frente? Uma culpa colada na gente. Católica, certeira, zombeira. Ah, sua culpa. Recolha suas exclamações. Encolha este dedo mandão. E vá ser sombra em outro lugar.

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