sexta-feira, 21 de março de 2014

Goianna

Os copos ainda estão no mesmo lugar.
As janelas têm as mesmas cores e o piano ainda continua afinado, mesmo há tanto sem ver a luz do sol.
Os quadros na parede continuam contando a mesma história de onde pararam.
As fotos também.
A apresentação de Ballet. O aniversário de 40 anos da minha mãe.
Eu é que me conto diferente.
Ir para Goiânia é fazer uma viagem dentro de mim.
Beber nas minhas vontades adolescentes.
Desembrulhar o sabor da minha infância.
Faço tudo isso muito devagar, que é pra fazer o pouco tempo durar.
Me reabasteço de mim mesma pra voltar.
Lá, eu me sou de volta.
O cheiro que fica.
O carinho que preenche.
O que eu encontro para não me perder.
Goiânia é sempre o meu ponto de origem.
Porque muito antes de ser a Anna, já era Goianna.

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