sexta-feira, 4 de abril de 2014

sem digital


Ela não tinha smartphone.
Facebook só com a senha dos outros.
Também não tinha instagram. Aliás, sua vida não tinha filtro nenhum.
Imprimia textos de blog para ler como revista.
Não sabia das coisas que aconteciam no mundo. Mas entendia como ninguém o mundo de cada um.
Celular era pra ligar.
Era do tipo que ainda mandava recados e não mensagens.
Também era boa em analogias.
Devia ser o reflexo de sua vida quase nada digital.
Twitter nem sabia pronunciar.
Skype pra ela mais parecia nome de refrigerante.
E e-mail, bom, esse ela teve que dominar.
Ferramenta de trabalho, sabe como é, ne?
Preferia o encontro ao chat.
A emoção de ver a vida acontecendo ao vivo.
E naquele dia, combinaram por e-mail de se encontrar.
Uma cheia de dedos para tantos assuntos.
A outra, sem nenhuma digital.
     

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