quarta-feira, 30 de novembro de 2011

DR com a funcionária



Ontem foi o dia de colocar os pratos limpos. E olha,minha amiga, não teve lavadora de louça pra aliviar não. Foi na raça mesmo.
Há uns ontens atras (pleonasmo puro), tive que dar licença pra minha funcionária que teve um piripaque aqui em casa. Sim, crise de stress porque no mundo de hoje todo mundo tem.
Me vi sozinha, em casa, com 2 filhos, um sogro (que veio visitar), uma pilha de roupa suja, uma casa revirada e uma vida toda regrada pra tocar.
Coloquei a mão na massa, lavei, passei, cozinhei e gritei, mas gritei muito. O filho vinha fazendo manha, eu gritava. Não dormia, eu gritava. Não comia, gritava.
Virei o próprio exu virado no avesso.
Até que arrumei uma senhora pra me ajudar. Isso eu conto em algum outro ontem que não esse. Essa é a história da DR de ontem.
Pois bem. Minha funcionária marcou de vir aqui em casa conversar comigo e receber as férias dela.
Chegou as 8, como de costume, e para termos privacidade viemos para o meu quarto.
O que eu achava que seria só um acerto de contas, virou uma DR sem fim (ela conversa mais que a boca e eu não via espaço pra finalizar o papo.)
Ela me contou da sua crise, do que estava fazendo para melhorar e começou a ME COBRAR um monte de coisas que ELA ACHAVA que eu devia melhorar na minha própria casa.
- "Dona Anna, a senhora precisa se acalmar mais. Anda muito nervosa e isso acabou deixando o meu sistema nervoso."
Eu, muda, gritando por dentro, ouvindo tudo.
- " Eu só volto em janeiro se as coisas melhorarem."
AHN? O QUE? COMO ASSIM?
- " é, dona Anna. Agora eu preciso cuidar da minha saúde."
- Hum, sei. E o que precisar melhorar pra você vir?
- " Ah, eu preciso passar a roupa 2x na semana, não quero mais deixar comida pronta para o sábado, não quero mais fazer as coisas dos meninos e quero que a senhora fique mais calma."

Pronto. Me olhei de fora (sabe quando isso acontece? de repente você consegue sair do seu corpo e se olhar de fora. Já aconteceu com você?) e me vi numa situação de mãe de sequestrada ouvindo o sequestrador pedindo o resgate.
Foi isso mesmo que eu senti enquanto ouvia as exigências dela.

E enquanto ela falava, eu só pensava nessa minha situação de refém. Do quanto sou dependente de quem executa os serviços domésticos. Porque se tem uma coisa que eu ODEIO nessa vida são os ésticos da vida de casa.
E sabe o que eu fiz depois de 2 horas e meia de papo?
Sabe, sabe, sabe?

Aceitei as exigências dela. E ela volta em janeiro.
Você não sabe o quanto está difiícil encontrar uma faz-tudo em casa hoje em dia.

4 comentários:

  1. Ô Anninha, bota a mulata Merel pra limpar o rejunte do azulejo com cotonete!

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  2. hahahahahahaah vou por o judeu pra trabalhar!

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  3. Tá pra base de oitocentusss reaisss um tratamento com o psicólogo que trata o stress do sistema nervoso da pessoa... Pra ela? Não, Ana! Pra você! Bedjo lindona!

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  4. e o pior de tudo é que eu já faço. hahahahaha
    é caso de internação, fiu.

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