segunda-feira, 18 de junho de 2012
Pelo menos
Nunca gostei muito de usar essa expressão na minha vida. Sei la, me parece derrotista. Aceitar o pelo menos é se contentar com pouco. É não chegar no máximo, viver com o mínimo necessário.
Mas semana passada eu me agarrei no pelo menos para sobreviver às tantas adversidades.
Quarta-feira fui pra Goiânia no lançamento do livro do meu pai. Cheguei 1 hora antes, como sempre faço, e fui fazer o check-in quando fui informada por uma atendente blasé que o meu vôo tinha sido cancelado. Como assim? Sim, senhora. O aeroporto fechou, nenhuma aeronave chegou e o vôo cancelou. A senhora foi realocada para o vôo das 14h00.
Puta da vida, respirei fundo e pensei: ok, pelo menos posso ficar na sala da Amex lendo um livro, bebericando e comericando o que quiser.
Mas antes passei na livraria do aeroporto para comprar um livro. Enquanto estava la, tranquila, escolhendo a minha companhia para aquelas 5 horas de espera, senti uma mão no meu ombro e depois ouvi a pergunta: "Eric?".
ALO? Alguém me chamando de Eric?
Me viro e um ser estranho (provavelmente tão estranho quanto esse tal de Eric), assustado, me pede mil desculpas pelo ocorrido. A minha única frase pra bizarrice: "Eric? Eu sou menina, pôxa."
Pronto, passado o ocorrido penso: pelo menos achei o livro que eu queria (Feliz por nada, da Martha Medeiros. super recomendo).
Vou pra salinha cativa da Amex e por la fico durante 5 horas. Não saio sem antes cortar o dedo na latinha de Coca-Cola, encontrar o Silvio de Abreu, o Xuxa e a Magic Paula.
Ufa, pelo menos o vôo não atrasou.
Entro no avião e começo a sentir um cheiro estranho, mas conhecido. Putz, lembro que é o cheiro do óleo caríssimo que está dano O jeito no meu cabelo. Abro a mala e o que encontro? O óleo quebrado, as roupas sujas e tudo, tudo melecado.
Ali, agachada no corredor tentando salvar o que pudesse ali da mala, escuto do chefe de cabine :
"Pelo menos o óleo é cheiroso, ne? Já imaginou se fosse óleo de peixe?"
Só respondi: " é, pelo menos é."
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