quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

O que acontece?

A gente tem essa estranha mania de achar que as coisas mudam de um dia pro outro.
Isso acontece o tempo todo mas fica muito, mas muito mais forte, no dia 31.
Não sei que bebida é essa que deixa a gente assim tão esperançoso e confiante.
Eu sempre tenho a certeza de que tudo vai amanhecer diferente. Eu vou ler mais, comer menos, ir na academia todo dia, pensar antes de falar, colocar em prática tudo que tentei 365 dias atrás.
Não sei que linha é essa que eu atravesso à meia noite e faz tudo mudar.
O corpo, as vontades, a iniciativa.
Não sei que fronteira é essa que me faz passar pro lado perfeito das coisas onde tudo parece possível e fácil de se cumprir.
Mas na 5ª ondinha eu já estou cansada, pensando que talvez fosse melhor dar uma descansadinha e continuar depois. Que mal tem, afinal?
Nem 2 da manhã e o meu velho conhecido já aparece me fechando os olhos e desligando os sentidos. Só mais meia horinha, pode?
Nem 10 da manhã e eu já querendo almoçar...
Acontece que chega o ano novo e o velho não passa.
Não passa a vontade de comer um docinho depois do almoço, não passa o vício no celular, não passam os sentimentos amanhecidos, não passa a palavra que se repete, e repete e repete.
Não passam as horas no primeiro dia útil do ano.
Então esse ano eu fiz diferente.
Me inspirei no texto lindo de uma amiga (um beijo, Beth) e resolvi simplesmente deixar o dia virar outro. Sem a expectativa de ser o primeiro, o começo. Antes que a promessa virasse dívida.
Então a lua virou sol. E eu estava lá.
O papo virou risada. E eu estava lá.
Um página virou a outra. E um capítulo todo se foi. Opa.
E assim comecei: caminhando por 2015.
É, algo mudou. De um dia para o outro.
E eu nem percebi.


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