Talvez
se você se desarmasse, seria mais leve o encontro.
E
você não cairia tão fácil nos seus próprios tropeços.
As
palavras não sairiam cheias de aspas e eu entenderia mais fácil.
Talvez
se você se desarmasse e eu te amasse, a gente nem precisaria de palavras pra se
entender.
Nas
costas, só as asas para irmos longe.
Mas
hoje me pesam as palavras engolidas com café bem quente que é pra ver se não se
sente.
Talvez
se você se desarmasse, sentaríamos no alpendre do peito dividindo uma tarde de
histórias. Estaríamos em casa.
E em
casa, só a roupa do corpo e nada mais.
Mas a
sua mochila tem bagagem amanhecida, com cheiro de livro que não se abre.
E
sempre que tento chegar mais, minha rinite ataca.
É
assim que me sobra o allegra e te falta a alegria.
Talvez
se você se desarmasse e eu te amasse e a roupa secasse e a rinite passasse e a
conversa fluísse, eu conseguiria ouvir o que a sua cabeça venta.
Só
talvez.
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