quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

um talvez não é um nunca

Talvez se você se desarmasse, seria mais leve o encontro.
E você não cairia tão fácil nos seus próprios tropeços.
As palavras não sairiam cheias de aspas e eu entenderia mais fácil.
Talvez se você se desarmasse e eu te amasse, a gente nem precisaria de palavras pra se entender.
Nas costas, só as asas para irmos longe.
Mas hoje me pesam as palavras engolidas com café bem quente que é pra ver se não se sente.
Talvez se você se desarmasse, sentaríamos no alpendre do peito dividindo uma tarde de histórias. Estaríamos em casa.
E em casa, só a roupa do corpo e nada mais.
Mas a sua mochila tem bagagem amanhecida, com cheiro de livro que não se abre.
E sempre que tento chegar mais, minha rinite ataca.
É assim que me sobra o allegra e te falta a alegria.
Talvez se você se desarmasse e eu te amasse e a roupa secasse e a rinite passasse e a conversa fluísse, eu conseguiria ouvir o que a sua cabeça venta.
Só talvez.


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