sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Ser mãe é...

Descobrir-me mãe não foi fácil.
Ainda não é, mas confesso que estou cada dia mais relaxando um pequeno novo músculo na tentativa de receber este rótulo, este título, de ocupar esta cadeira que muda tanto de lugar. Não sei se um dia ela terá um estofado fofo que me acolha. Por hora, é madeira dura me lembrando a todo momento de que, se levantar a coluna, dói menos.
Devorei livros e fiz planos. Mas foi o puerpério que me apresentou ao baby blues.
Comprei a melhor poltrona de amamentação. Mas foi a intolerância à proteína do leite que fez a angústia, e não o peito, me rachar.
Montei um quartinho cheio de detalhes. Mas foram os 4 anos sem dormir que me fizeram decorar cada um deles.
A expectativa pode ser tudo, menos mãe dos nossos filhos.
E o tempo é, realmente, um potente cicatrizador.
Hoje, do alto dos meus 10 anos de experiência, contando para uma amiga sobre o início desta minha descoberta, me orgulhei.
De nunca ter sido essa mãe dos livros que eu li.
De nunca ter negado a realidade a quem perguntasse (e a quem não perguntasse também).
E de ter passado bem longe desse mundo cor de rosa que, graças ao baby blues, nunca consegui entrar.
Os perrengues foram e ainda serão muitos. (é preciso deixar claro que as alegrias também).
Mas é na verdade e na olheira de todo dia que os meus filhos encontram o meu amor.

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