quinta-feira, 22 de agosto de 2013

No final, é tudo a mesma coisa.

Quando nasce um filho, nasce o novo em você.
Mas o velho que existia antes não morre.

Ah não?
Não.
Hum, que estranho. Mas e o que você faz com ele?
Pois é.
Posso dizer que depois de 5 anos, 2 filhos, eu ainda não sei muito bem o que fazer com ele.
Tem dias que eu passo um baton vermelho pra ver se ele se contenta.
Outros, escrevo. Assim ele pode sair um pouco pra passear.
Tem dias que só acordando de novo.
Outros, um belo jantar resolve.
O velho se recicla, é verdade.
Mas sabe quando ele insiste em mostrar a sua cara?
Quando menos você tem tempo pra ele.
Tipo as 18h quando a função do jantar se acumula com a do banho e você ainda tem que preparar  a mochila do dia seguinte.
Ou quando aquela crise de labirintite (tem coisa mais idosa que isso?) resolve atacar no meio da manhã, você rodopia e seu filho acha que é a mais nova brincadeira que você inventou e resolve fazer também.
Não sei se você já sabe, mas vou te contar este segredo: mãe não pode ficar doente, meu amor. Não há tempo pra isso.
E não há tempo também praquela dormidinha pós-almoço. Também não há tempo para a sobremesa E o café no restaurante.
Tem que escolher. Ou a sobremesa ou o café. E, se optar pela sobremesa, saiba que vai comer só 1/3 dela, com o seus 2 filhos no seu colo, quase lambendo o prato.
Mas a gente estava falando do velho. Não me lembro onde mesmo eu me perdi.
Enfim.
A maternidade faz o velho se renovar.
E é lindo ver isso bem de perto, dentro de você.
Mas tem coisas, de velho mesmo, que não mudam.
A agonia do jornal em cima da mesa.
O gosto pelas balas de gengibre.
As risadas do que não adianta chorar.
A montanha russa que nunca vira carrossel (amei, Alê)
O bom é que quando o velho cansa, ele pode descansar.
E daí o novo faz a festa.
E contagia o velho, o idoso, o novíssimo.
E tudo vira uma coisa só.
E detalhe, meu amor: tudo dentro de você.

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