segunda-feira, 14 de julho de 2014

e foram felizes...

Queria que ele vivesse pra sempre.
Para fazer durar as histórias, o brilho no olhar.
Já imaginou quanta coisa eu aprenderia no para sempre?
Eu viveria com calma, com a certeza de que ele sempre estaria lá.
Mas não.
Sem o pra sempre eu tenho a pressa da intensidade.
A fome do vazio.
A linha imaginária do fim.
Eu seria feliz para sempre, protegida pra sempre, menina pra sempre.
Poderia aproveitar um pouquinho por dia. Pequenas doses de felicidade.
Mas sinto que preciso me embriagar.
Morrer de overdose todos os dias.
Porque o pra sempre só existe nos contos.
Que ele me contava quando era criancinha.
E dai você pode me dizer que o pra sempre existe.
Nas memórias, nas lembranças.
Mas eu queria o pra sempre vivo.
Nos encontros, nos abraços, na voz.
De um bom dia, está tudo bem, também te amo.
Do até amanhã.
Depois de amanhã.
E depois, e depois.
Eu queria o pra sempre fora dos livros.
E não só dentro de mim.



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