quarta-feira, 3 de setembro de 2014

digerindo...

Resolvi deixar você bem guardado a ponto de não te encontrar dentro de mim.
Como aquelas vezes em que a gente esconde tão, mas tão bem, que nunca mais encontra. Sabe?
Mas toda hora eu abro a portinha pra ver se você ainda está lá.
E vem esse vento frio e doído dizendo que tudo continua igual, que você ainda é presença e não lembrança e que é uma pena a forma como tudo aconteceu.
Estou fora de forma pra sofrer.
Então procuro no meu pote palavras doces para açucarar a falta que você me faz.
Mas fica sempre a vontade de mais e mais.
Então decidi me ocupar criando possíveis finais para a nossa história.
Eles sempre giram em torno da falta porque foi justamente o excesso que nos fez fim.
E acabar por excesso é algo que não entra em mim.
Tão mais simples deixar ir quando não se tem mais.
Embrulhar para presente o que não é mais seu.
Mas eu simplesmente não consigo.
Por isso te guardei.
Te reduzi a uma só palavra e traduzi em todas as línguas.
Para te pronunciar, mesmo que baixinho, em todos os meus cantos e esquinas.
Pra te fazer durar mais.
Quem sabe assim você se esgote e eu encontre o fim.
Por enquanto, você é começo, sentimento forte crescendo em mim.


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