quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Ontem foi o dia dela.



Sempre tivemos uma espécie de cordão umbilical invísivel ligando a gente. Como aquele "aqui passa o trópico de capricórnio", que a gente não vê, mas sabe que está lá.
Ela praticamente me criou, ja que eu tinha convulsão febril toda vez que ficava longe dela.
Toda tarde, la em Brasília, andava de ônibus comigo porque eu adorava o friozinho na barriga que o sobe e desce das ruas do planalto central causava em mim.
Era ela quem fazia os meus coques para a aula de Ballet. Não sem antes me preparar o café com torradas bem quentinhas, me lembro bem.
Toda noite, antes de dormir, me passava a mão devagarinho, para espantar os carneirinhos e chamar o sono mais rápido.
Quando troquei Goiânia por São Paulo,ela veio junto. E fez a dor da cidade grande ficar menorzinha.
Entre uma aula e o trabalho, ela sempre me esperava na porta do prédio, com um lanchinho e um sorriso que dizia "vai dar tudo certo."
Ela sempre soube a hora de chegar perto e também de espiar de longe. Foi assim depois de 6 anos, quando decidiu voltar pra casa,a sua casa.
Mas toda quarta e domingo a gente continuava se vendo pela voz. E é assim até hoje.
Ela é a minha avó. Que já foi minha mãe, vó e hoje é a bisa. Mãebisavó.
E ontem, depois de uma semana aqui na minha casa, depois de passar meu aniversário e o dela juntas, ela foi embora. E deixou um vazio tão grande....
E eu vim embora chorando, lembrando do ensopadinho de carne que ela sempre faz pra mim, do melhor ovo frito que eu já comi na vida e do melhor colo que, graças a Deus, eu tenho até hoje.
Para ela eu sou a Nininha. A menina que ainda não cresceu, mas que já tem 2 filhos.
Para mim, ela é referência, força, sabedoria.
Uma menina com nome de rosa.
Ah, como eu queria que seu perfume durasse pra sempre.

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