terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A vida coreografada




Uma fratura no fêmur esquerdo me fez começar a dançar ballet aos 6 anos de idade.
E o que começou como um "remédio" virou prazer e quase uma profissão. Fiz 12 anos de Ballet Clássico, Ballet moderno, Jazz e sapateado. Dançava 5 horas por dia, todos os dias da semana. O palco era o lugar onde eu me sentia viva e feliz.
E de tanto dançar, acabei machucando o joelho. E olha só como é a vida: o mesmo problema que me levou à dança, também me tirou dela.
Um ciclo que se fechava tanto tempo depois. Uma pirueta perfeita, de uma aluna dedicada e apaixonada.
Me vi perdida, sem uma barra pra me apoiar e um espelho pra me mostrar os movimentos errados. Foi daí que decidi ser redatora: para continuar fazendo coreografias, só que dessa vez com as letras.
Para mim dançar e escrever nascem em um mesmo lugar e me causam a mesma emoção.
E não é que 15 anos depois, com 2 filhos, um corpo totalmente diferente e uma idade digamos, mais avançada, eu me matriculo na aula de jazz e me jogo na dança?
Pois é, queridos. Essa redatora que vos escreve voltou a coreografar também com o corpo.
Ontem foi a primeira aula. E hoje, bem, hoje eu não existo.
As cirurgias no joelho, na coluna e no pé me fizeram lembrar porque eu parei de dançar.
Dói tudo, o joeho está inchado, a coluna trava e eu pareço um robô andando.
A sorte (ou o azar) é que eu tenho ortopedista marcado pra hoje.
Vou torcer pra ele me receitar a dança como remédio para viver mais e melhor.

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